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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O Herói Gaúcho!

Há dias que não escrevia nada neste espaço. Resultado da pressa cotidiana e as vezes da falta de inspiração que o ambiente urbano me proporciona ...... Mas esses dias me enviaram um convite ............ não veio à cavalo, como àqueles dos bailes de campanha. Veio pelo orkut. Tratava-se de uma comunidade que atendia pela alcunha de "Pampeanos". Entrei ..... não de chapéu e esporas colgados no cabo da faca e um colorado à meia espalda. Entrei no más ....... participei da tal comunidade. De pronto avistei um tópico que tinha o propósito de saber quem era de fato o verdadeiro herói do Rio Grande do Sul. Resolvi opinar ............ não como um Júlio de Castilhos, um João Francisco de Assis Brasil, ou um Getúlio Vargas. Opinei com minha escassa sabedoria e com muito de coração. Logo se sobressaíram dois candidatos nesse tópico: David Canabarro e Giuseppe Garibaldi. Defensores dos dois apareceram. Eu escolhi outros heróis ............ vários. Tantos quem nem sei o nome de todos. E de nada irá adiantar buscar seus nomes em livros, em praças, ou ruas. Eles não estarão nesses lugares. Não estarão em lugar algum. São anônimos............... Deixei de lado as convicções políticas e militares que os demais participantes dessa enquete escolheram. Como diria algum "antigo", contando um causo com um palheiro no canto da boca, .............. "busquei outra volta". Meu comentário no dito tópico dessa comunidade que falo foi o seguinte: "Creio que os verdadeiros heróis gaúchos são anônimos ........
São os laceiros negros ..... os peões que viraram militares durante as revoluções ..... os domadores que arrocinaram cavalos pra demarcar nossas fronteiras .......... os índios que nos legaram o sangue e o amor pela terra .............. nosso estado é único por isso ....... levantamos nossa bandeira independente de fronteiras, religião, ou políticas .......... antes de sermos brasileiros somos PAMPEANOS."




Encerrei o comentário com as mesmas palavras da primeira postagem deste espaço. É claro que não fiz essa afirmação acima esperando que viessem elogios e aplausos à minha pessoa. Mas nas postagem que se seguiram a discussão seguiu à cerca de David Canabarro e Giuseppe Garibaldi. E os meus heróis? Bom, nesses ninguém mais falou. Ninguém contra, ninguém à favor. Os meus heróis seguiram anônimos ............ e assim sempre serão ................. anônimos e Pampeanos.
E assim me veio à mente versos de Jayme Caetano Braun......


Por isso quando me apeio
Num cemitério campeiro
Eu sempre rezo primeiro
Junto a cruz sem inscrição,
Pois na cruz feita a facão
Que terra a dentro se some
Vejo os gaúchos sem nome
Que domaram este Chão. 

Fragmento do poema Cemitério de Campanha,
 de autoria de Jayme Caetano Braun.


sexta-feira, 24 de setembro de 2010

HOMENAJE A MOLINA CAMPOS

Este vídeo é uma homenagem à Molina Campos, com versos e interpretação do músico argentino Adrian Maggi.

Florencio Molina Campos: Um Pampeano

Eternizar o mundo que o rodeava ... poucos fizeram isso tão bem. Telas ricas em detalhes, que só um grande observador e conhecedor da Pampa poderia pintar. Florencio de Los Ángeles Molina Campos nasceu em Buenos Aires, Argentina, em 21 de agosto de 1891. Alternou sua vida entre a capital Buenos Aires e os campos de sua família, nas províncias de Buenos Aires e Entre Ríos. Em 1926 "en el Galpón de Palermo en la Sociedad Rural Argentina" expôs por primeira vez seu trabalho. Encantando pelas telas de Molina, o então presidente da Argentina, Marcelo T. de Alvear, lhe ortorgou, como prêmio, uma cátedra no Colegio Nacional Nicolás Avellaneda. Suas telas com traços peculiares ficaram famosas nos almanaques da empresa Alpargatas nas décadas de 30, 40 e 50, estampando, mês a mês, o dia-a-dia do homem rural. Quando Walt Disney, em 1942, montou uma equipe de desenhistas para elaborar uma série de filmes dos Estúdios Disney sobre o ambiente argentino, Molina Campos fora requisitado. Porém a sua identidade falou mais alto que as cifras do mundo cinematográfico. O pintor argentino não abriu mão de retratar fielmente o "gaucho", com sua tradicional autenticidade. Assim, a incompatibilidade com as extravagâncias dos americanos fizeram este notável pampeano renunciar o trabalho. Durante 10 anos também ilustrou almanaques para uma firma norte-americana, a Mineapolis - Moline, porém, sem modificar o traço característico das telas que o eternizaram.
Em 16 de novembro de 1959, vítima de uma enfermidade terminal, Florencio de Los Ángeles Molina Campos faleceu em Buenos Aires aos 68 anos de idade.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

A Região do Pampa

"Região plana entre montanhas". Este é o significado da palavra Pampa, que é de origem Quíchua, ou Quechua, uma importante família de línguas indígenas da América do Sul,  falada na região central dos Andes e adotada como idioma oficial pelo Império Inca. O Quíchua até hoje está  presente na forma de dialetos em países como Argentina, Perú, Bolívia, Colômbia, Equador e Chile. Até mesmo em nosso idioma temos influências quíchuas, como nas palavras gaúcho, poncho, rancho, cancha e outras.
A região do Pampa, ou da Pampa, se estende pelos territórios de Brasil, Argentina e Uruguai, cobrindo 63% do território do Rio Grande do Sul. Ecologicamente, é classificado como Bioma Pampa, ou Campos Sulinos e possuí uma diversidade de fauna e flora muito rica. Somente na parte brasileira são conhecidas 400 espécies de gramíneas, 385 espécies de aves e 90 de mamíferos terrestres.
Como podemos notar, o Pampa não coincide com as fronteiras políticas que nós conhecemos.Quando comemos um assado (ou churrasco) de carne bovina, ou ovina; quando escutamos uma milonga, um tango, ou uma chacarera; quando usamos uma bombacha e um par de alpargatas,e; quando chamamos nossa casa de rancho e mateamos pelo simples costume de matear, também não estamos dentro de nossas fronteiras políticas. Nossos costumes, culinária, expressões linguísticas, músicas e vestimentas são a prova de que nós também fizemos parte desse "bioma" e que por momentos somos mais Pampeanos que Brasileiros.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

"Saludos", ou Saudações!!!!

A facilidade com que as informações "circulam"  hoje em dia é muito maior do que nos tempos em que os jornais das capitais percorriam quilômetros através das linhas férreas e quando os telegrafistas mandavam mensagens "urgentes". Hoje, em poucos segundos temos acesso a informações do mundo inteiro, conhecemos etnias diferentes, músicas e indumentárias de outros povos. Eu posso estar mateando à beira do fogo lá no Rincão do Forno, interior do São Diogo, que é distrito de Santana do Livramento, que fica a 475 km de Porto Alegre e entrar no "msn" para falar com um amigo que está em Abu Dabi, vendo o jogo do meu Colorado. Mas bueno, voltando ao assunto que me traz aqui ... As vezes buscamos culturas tão distantes, usamos a tecnologia para ir cada vez mais longe, e acabamos esquecendo de nós mesmos ... de nosso povo ... nossa música ... nossos poetas .... enfim, nossa história. Justamente com o propósito de "reconhecer" e "reencontrar" nossa própria identidade é que este espaço foi criado. Que a tecnologia à nossa disposição seja como uma grande roda de mate em que os avós contavam "causos" para seus netos, e assim a tradição era perpetuada ... Então cevem seus mates, sentem na frente dos seus computadores e vamos ouvir os causos que a internet tem a nos contar. PAMPEANOS,  Sejam Bem Vindos!!!!!!